quinta-feira, 27 de março de 2014

Romeu e Julieta - a história é outra

Para amor igual, Shakespeare mostrou outro final. O Romeu desta história não é um Montecchio, mas foi jurado de morte por uma pessoa da casa em que vivia. Por envenenamento se sabia. Julieta, vítima de maus tratos, foi encontrada perambulando no bairro. O Romeu da tragédia, julgando a amada morta, mata-se com o veneno que havia comprado e Julieta, ao despertar e ver o amado morto, tenta absorver o veneno de seus lábios. Não conseguindo, mata-se com uma adaga. O Romeu e a Julieta de agora se amam e estão juntos desde que chegaram à casa onde vivem. Julieta já beijou Romeu muitas vezes, mas afora algum desprezo, jamais foi envenenada.

Romeu e Julieta


 

Uma história de amor

Fotos de Camila Douteiro

Consagrando o instante - paineira

Octavio Paz, poeta e crítico mexicano cujo centenário se comemora este mês, no ensaio " A Consagração do Instante" atribui à poesia essa função de consagrar o instante, ao separá-lo da "corrente temporal" e torná-lo "para sempre presente". Assombrei-me com a paineira-rosa e, lembrando-me daquele título, capturei a imagem desse poema vivo para compartilhar o privilégio de sua visão e tentar mantê-la para depois. Esse instante ocorre no início do outono, quando ela quer. Perdoe-me o poeta a associação, talvez, imprópria.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Poesia que fala mais alto

A Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, apresenta-se como "um centro cultural que realiza exposições de artes plásticas, colóquios, workshops e espectáculos, dotado de uma biblioteca pública especializada em Poesia".
Seu site http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt disponibiliza dois patrimônios digitais fantásticos: a biblioteca particular de Fernando Pessoa com 1142 volumes e o Banco de Poesia com a obra de poetas portugueses conhecidos e desconhecidos, clássicos e modernos, de um Joam Aires de Santiago, trovador do século XIII, representado com dois poemas a José Saramago, morto em 2010 e mais conhecido por sua prosa, em romances como "O Ensaio sobre a Cegueira, de 1995 e "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", de 1991. Claro, estão lá todos os "Pessoas" - "Pessoa-ele-mesmo", Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro e o meio-heterônimo Bernardo Soares.
Para esse primeiro post sobre poesia, recolhi desse banco fabuloso uma homenagem ao poeta e seu papel no mundo, por José Saramago em PROCESSO, na obra "Os Poemas Possíveis" de 1966.

        As palavras mais simples, mais comuns,
        As de trazer por casa e dar de troco,
        Em língua de mundo se convertem:
        Basta que, de sol, os olhos do poeta,
        Rasando, as iluminem.

terça-feira, 11 de março de 2014

Quaresmeira - tempo de penitência

Passado o carnaval, é tempo de penitência. A tibouchina granulosa exibe seus adereços roxos ou da cor violeta, fazendo sua liturgia da quaresma. Daí seu nome popular: quaresmeira. É bonito ver essa árvore florindo nas ruas da cidade de São Paulo, fazendo-se notar.  Como ela tem porte pequeno ou mediano, é difícil reconhecê-la despida de suas flores sombreando as calçadas da cidade. Para quem pode escolher, fica aí a ideia de plantar uma quaresmeira em seu jardim . Ela é coisa nossa, nascida na Mata Atlântica.
 
                                                                 Seu bairro tem uma?