A Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, apresenta-se como "um centro cultural que realiza exposições de artes plásticas, colóquios, workshops e espectáculos, dotado de uma biblioteca pública especializada em Poesia".
Seu site
http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt disponibiliza dois patrimônios digitais fantásticos: a biblioteca particular de Fernando Pessoa com 1142 volumes e o Banco de Poesia com a obra de poetas portugueses conhecidos e desconhecidos, clássicos e modernos, de um Joam Aires de Santiago, trovador do século XIII, representado com dois poemas a José Saramago, morto em 2010 e mais conhecido por sua prosa, em romances como "O Ensaio sobre a Cegueira, de 1995 e "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", de 1991. Claro, estão lá todos os "Pessoas" - "Pessoa-ele-mesmo", Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro e o meio-heterônimo Bernardo Soares.
Para esse primeiro post sobre poesia, recolhi desse banco fabuloso uma homenagem ao poeta e seu papel no mundo, por José Saramago em
PROCESSO, na obra "Os Poemas Possíveis" de 1966.
As palavras mais simples, mais comuns,
As de trazer por casa e dar de troco,
Em língua de mundo se convertem:
Basta que, de sol, os olhos do poeta,
Rasando, as iluminem.